Capoeira e Inclusão Social

dezembro 16, 2010

O pesadelo de qualquer professor: o dia que só um aluno foi na aula

Filed under: Uncategorized — Fabiano Portela Schmidt @ 1:33 am

Galera aconteceu algo hoje que preciso compartilhar com vocês. Acho que todo profissional, seja da educação ou não tem aquele velho discurso manjado: “dar aula (ou apresentação) para uma pessoa somente é igual dar aula para uma turma de 30 (ou mais) pessoas”. Quer saber? Isso não é nada fácil. Bate aquela coisa do tipo, e agora? Caraca, ferrou. Deixa-me explicar como foi o dia hoje: lembra do post do dia chuvoso, imagina esse dia em Sampa, só que… com frio. Fala sério, não é para qualquer um nada. Final de não, chuva e frio é sinônimo de debandagem de alunos. Foi assim à noite hoje na academia, dois alunos (pô, mas o post não era falando de dar aula para um aluno? É só que um deles foi embora, kkkk, ninguém merece né? Alias o que foi embora é uma pessoa que merece meu total respeito e admiração, um senhor de quase setenta anos, o Bezerra… tá aí um bom tema para um novo post: Capoeira na terceira idade. Vamos ver em breve ok?).

Bom voltando das minhas comuns divagações, cheguei lá, todo dolorido (ando com uma dor no pé, acho que é esporão), somente estavam o mestre, o Bezerra e o Cris. Depois de me trocar o mestre disse: Fabiano, encara essa aí? Aquece com os meninos e dá uma boa aula. Pensei, caraca, ferrou (sei que já disse isso, mas não tenho culpa é o que passou na minha cabeça). Para quem me acompanha ai no blog, sabe que meu forte são as aulas com as crianças. Já dei aula outros dias da semana, todos menos de sábado que tem professor fixo, mas nunca para dois alunos (ok, ok, o Bezerra foi embora meia hora depois). Poxa, nem plano B eu tinha dessa vez, não existia um A.

Voltando ao discurso que comentei no começo, de verdade eu acredito que a aula para uma pessoa tem que ser tão especial quanto à aula para 30. Com certeza não é a mesma aula; é obvio que precisa de adaptação, mas nunca deve ser encarado como “ah, já que veio só isso, vou dar qualquer coisa”. Falo isso porque eu fui vitima de professores assim. Quantas vezes eu ia para escola embaixo de chuva (claro que nunca por vontade própria) e quando chegava somente tinha eu e mais duas ou três crianças e a professora nada de dar aula. Sempre achei uma put… sacanagem com quem vai para aula. Não é justo. Não digo que em sala de aula, principalmente em escolas de cursos apostilados devemos prejudicar os alunos que não vieram, não é justo com os que vieram, mas na boa, não é justo com quem faltou por motivos meteorológicos (igual atraso de vôo em avião: quem é o culpado?). Em sala de aula, seja de capoeira ou na escola modelo tradicional, o aluno que veio ou o que não veio não são culpados. Então a questão é, fazer o que com quem tá lá? Dar aula hora! Foi o que eu fiz, foi uma aula boa, agitada, divertida, cheia de movimentos. Fizemos basicamente todos os movimentos do verde, seqüência geral do amarelo e até apliquei uma avaliação no final (o Bezerra foi embora porque tinha que sair mais cedo). Enfim eu e o único aluno (o Cris, graduado 1º estágio) aproveitamos ao máximo a aula. Em resumo, fizemos uma revisão de todos os movimentos rapidamente. A coisa não ficou chata e pudemos suar a camisa.

Meu conselho profes de um aluno só, tenha visão empática. Se coloque no lugar daquele um único aluno que foi na sua aula. Sei que ele pode parecer um mala, mas não deixe isso tomar conta de você. Dê o seu melhor, nem que somente uma pessoa veja isso.

dezembro 10, 2010

A mosca do cocô do cavalo do bandido

Filed under: Uncategorized — Fabiano Portela Schmidt @ 12:20 am

Alguém já saiu de uma aula com a sensação horrível de que aquilo foi uma droga? Pois é, foi assim que eu me senti hoje. Parece que nunca tão poucas crianças bagunçaram tanto. Hoje tivemos uma assistência baixa; somente 7 alunos, sendo que dois tiveram que refletir sobre atitudes durante a aula e outra que tava com cara de bunda. Em resumo, aula para 4 alunos. Mas o que aconteceu? Sabe que nem eu sei direito. A aula de hoje faz parte de uma das aulas especiais que venho comentando. Um dos alunos, no caso de hoje o Gabriel, cordão amarelo ficou responsável por dar aula. Parece que eu me esqueci que não nascemos professores… a gente aprende como tudo na vida. Há pessoas que tem talento nato para a coisa, mas isso não as qualifica ou desqualifica. Tem gente que parece que nasceu para dar aula, mas que gosta de vendas e trabalha com isso, tem gente que parece que nasceu para trabalhar com legumes, sem tato nenhum com pessoas, mas que aprende a dar aula… caraca to filosofando de novo? Cuidado ao ler o resto do post… quando filosofo minha tendência a piadinhas sem graça se acentua.. onde eu tava? Ah… no Gabriel dando aula. O Gabriel foi minha inspiração para o ajudante da aula, mas obviamente isso não qualifica ninguém a dar aula. Tudo começou com a quantidade de alunos novos. Aulas de capoeira não são como uma sala de aula no sentido da logística. Em sala de aula temos alunos de 4ª série, por exemplo. Todos têm o mesmo nível, não é verdade? Claro que não, nem a mesma idade eles têm. Mas procura-se equilibrar as idades, nível de conhecimento, etc. em aulas de capoeira há desde alunos que começaram naquele dia até alunos que treinam a 2 ou 3 anos. Como um professor atende a essa necessidade sozinho? Não atende, ele precisa de ajuda. Só que eu descobri isso dando murro em ponta de faça. Até que um dia, o Gabriel, de livre e espontânea vontade começou a ajudar um aluno ao lado dele de 5 anos de idade (o Gabriel hoje tem 7, começou com 5 anos) a fazer alguns movimentos. Parecia que eu tinha descoberto a América. Desse dia em diante, passamos a ter ajudantes de aula. Conforme os alunos foram, sob a minha ótica, evoluindo, decidi que de vez em quando, dentro das aulas especiais, alunos dariam “aulas”. Essas aulas são básicas com aquecimento, alongamento e movimentos simples de verde. A primeira experiência com a Larissa e o Matheus foi ótima. Deram uma aula vibrante e empolgante. Decidi deixar o Gabriel experimentar dessa vez, só que antes de jogar o pobre menino no fogo, eu deveria ter passado orientações, ensinado a ser um professor por um dia. Ele foi ótimo; seguramente há coisas que podem ser melhoradas como aumentar a altura da voz de comando, organização, etc., mas de modo geral foi boa. Mas então? O que aconteceu que foi ruim? Eu não estava no espírito da aula. Sabe aquele dia que você se sente a mosca do cocô do cavalo do bandido? Esse sou eu hoje. É impressionante como isso contagia os alunos. Eu não conseguia ajudar o Gabriel, dei bronca em quem não devia, gritei mais do que podia e até acabei acertando um golpe na pobre da Larissa (obviamente não intencional, dentro do movimento técnico de um esporte que é de semi-contato, blá, blá, blá, mas nada disso importa, acertou). As coisas realmente não foram bem; o comportamento inadequado de três alunos os levou a ficarem separados, depois sentados (imagina você assistir uma aula de movimento, sem poder participar? É olhar com os olhos e lamber com a testa) e por fim, isolados. Levaram uma bronca do mestre Bahia. Cara que mals… para terminar a noite com chave de ouro, tive que ouvir de uma das alunas que eu tenho preferência por alguns alunos. Tenho? Será? Só a dúvida já deve indicar que sim. Tapão na cara isso foi. E agora o que fazer? Garanto para vocês que me senti um bos… boçal hoje. Isso deve ser ruim para qualquer professor. Sair da aula sentindo que não cumpriu sua missão. Que deixou seus alunos na mão, que poderia ter dado mais de si, que podia ter sido melhor. Sabe hoje eu esqueci de uma lição que eu tinha aprendido. Sabe galera sempre quis dar aula, quem me conhece sabe disso. Para mim, dar aula para as crianças do projeto da capoeira Lendas do Abaeté é uma honra tremenda, além de uma realização pessoal (ah lembrei agora, a mesma aluna que disse que tenho preferências me chamou de gordo… pô to fazendo o máximo para emagrecer… você sabe o que significa para um gordo ser chamado de gordo? Não? Porque tu deve ser magro), enfim eu gosto de estar lá. Não é obrigação, é paixão. Para mim cada aula é única, especial, como se fosse à última, essa é minha lição máxima. Hoje eu tratei a aula como só mais uma… foi isso que deu errado. Hoje, como todo ser humano eu perdi o pique, me desgastei e me cansei. Que culpa os alunos tinham? Nenhuma! Então que seja a última vez. Há um provérbio japonês que diz: se cair sete vezes, levante-se oito. No dia que você sair de uma aula se sentindo um mer… mercador errante (olha a piadinha sem graça me tomando), lembre-se que:

– ninguém tem culpa de você se sentir assim.

– essa pode ser sua última aula, que seja a melhor.

– se cair, levante de novo.

dezembro 1, 2010

Movimentos: Cordão Verde

Filed under: Uncategorized — Fabiano Portela Schmidt @ 1:37 am

Salve Galera. Um super axé pra todos. Aliás, o que quer dizer axé? kkkk é que já ouvi tanta coisa, se alguém puder explicar beleza… hehehe.

Bom depois de falar das aplicações das provas para as crianças na aula de capoeira, gostaria de esclarecer algo. Como havia comentado em posts atrás, toda aula tem um planejamento, com objetivos, blá, blá, blá, e etc. Algo importante para o professor é avaliar se o conteúdo que é apresentado aos alunos tem surtido resultado, afinal esse é ou não é nosso papel? Ensinar algo que seja verdadeiramente útil. OK pulemos a parte de curvas tangenciais na trigonometria e tals, não sei para você, mas para mim, foi totalmente inútil.

Uma das formas de avaliação que eu aplico (entre outras que vocês verão durante os posts de aulas) é a aplicação de golpes conforme uma lista previamente determinada. Há academias que exige dos alunos uma quantidade x para cada nível de graduação. Para o próximo x+y e para o último x+y+z. hehehe aprendi isso nas aulas de matemática, só não me pergunta pra quê. De verdade eu não acredito que uma lista de golpes aplicados para avaliação se você pode ou não passar de cordão seja a melhor coisa para um aluno. Eu tive isso no meu primeiro grupo e na boa… eu detestei… cara foi mó traumático. Tinha que decorar não sei quantos montes de golpes, faze-los perfeitinho na frente de uma pá de gente. Pô ninguém merece né não? Já não chega o monte de vexames que a gente passa na vida. Mas também não critico academias que adotam essa postura. Pra mim não foi bom, não quer dizer que não seja bom pra você.

Eu pessoalmente uso a lista como uma forma de verificação se estou passando corretamente os exercícios corretamente para os alunos. Digo e repito, sou contra graduar aluno sem saber os nomes dos movimentos, execução deles, tocar um berimbau ou não saber nada de história da capoeira. Tenho procurado fazer isso nas aulas. Sei que tá parecendo que eu quero me justificar no uso da lista. É um tema espinhoso. Minha sugestão é: veja se a lista se adapta a sua necessidade e use-a com algum objetivo que não seja apenas a execução de movimentos. Senão fica igual a prova de trigonometria… tu estuda, estuda, faz a prova, tira um C ou um 5,5 suficientes para passar e no outro dia… do que era mesmo que a gente tava falando…

Bora ver os movimentos do verde? Atenção, algo importante, eu adapto a minha lista, tiro alguns e modifico a ordem. Afinal de contas, se a gente não se permitir mudar, fica chatoooooooooo.

Posição inicial

  • Ginga
  • Ginga espelhada
  • Ginga defasada

Chutes

  • Ponteira
  • Martelo
  • Benção

Esquivas

  • Cocorinha
  • Esquiva lateral
  • Resistência

Golpes giratórios

  • Aú role
  • Armada
  • Meia Lua de compasso
  • Giro

Golpes de mão

  • Godeme
  • Galopante
  • Palma
  • Cotovelada
  • Desprezo
  • Arrastão

Golpes técnicos

  • Meia Lua de frente
  • Queixada lateral
  • Joelhada
  • Cabeçada
  • Negativa
  • Rasteira

Em breve, prometo que coloco os golpes do amarelo.

Axé.

novembro 26, 2010

Aula 25/11 – Dia de muita chuva em Sampa – plano B em ação

Filed under: Uncategorized — Fabiano Portela Schmidt @ 1:43 am

Vou começar a contar das minhas aulas a partir de hoje. Espero que sirva pra mim mesmo, quando olhar daqui a algum tempo e falar… caraca… poderia ter sido melhor… hehehe.

Hoje foi um dia chuvoso em Sampa. Chuvoso do tipo granizo, mais de 100 km de congestionamento e tals. Toda quinta-feira eu saio mais cedo do trampo para poder chegar no horário na academia. A aula para as crianças começa as 1930hs, enquanto que o treino dos adultos começa as 20:30hs em dia separado.

Antes de mais nada uma leve introdução a questão da metodologia da academia. Temos aulas todos os dias. Segundas e quintas aulas somente para crianças. De um modo geral chamamos lá de crianças os adolescentes com até 14 anos. Depois disso são “expirrados para os adultos”. Entretanto, os adolescentes de hoje não são mais como os do meu tempo. Há hormonios no leite dessas crianças (pelo menos foi o que eu ouvi dizer). Alguém já reparou como eles crescem? Bom, voltando… são cerca de 30 crianças em 50m², ou seja muita criança e pouco espaço. Dessa forma, reduzimos a galera. Isso evita trombadas, machucados e zona na aula. Então, além dos “a partir de 14 anos” os maiores de 1,50m também fazem aula com os adultos. Garanto pra vocês que ficou mais organizado. Também tem ajudado muito no desenvolvimento das aulas.

Voltando agora ao dia de hoje… toda aula minha é preparada, ou seja, tem objetivo, tem justificativa, tem metodologia, tem desenvolvimento e tem avaliação. Toda aula também eu procuro variar a metodologia. As vezes tenho outros monitores dando os movimentos, as vezes tem aula de instrumentos, outras de angola e ainda algumas que são basicamente brincadeiras. Vocês vão acabar vendo isso no decorrer do tempo.

Na aula de hoje a idéia era trazer um monitor chamado Adeilson para dar um treino de giros (golpes com giros ao redor do corpo de 180 e 360º como armada, meia lua de compasso, au, etc). Você acha que girar é fácil? Não é. É necessário coordenação motora, concentração e equilíbrio. Quem dá aula de Educação Física ou trabalha com crianças  hiperativas sabe que isso não é nada fácil. Ah, as crinças da academia estão em um patamar além da hiperatividade, diria mega super blaster master hiperatividade. Mas a danada da chuva levou meus planos por água a baixo. Acabei dispensando o monitor Adeilson porque o irmão trampa longe e não ia conseguir chegar.

Quando chove, como em qualquer escola, diminui consideravelmente a quantidade de crianças em sala. Não é diferente na academia. Para vocês terem idéia, quando cheguei na academia, depois de metrosão cheio, transito e muita buzinada, meu mestre nem tinha chego lá. A academia tava fechada. Nunca tinha visto isso. Confeço que no começo pensei “pô fala sério mestre”. Hehehe, achei que ele não viria. Meu pensamento virou pesadelo (sim eu sou dramático) quando vi dois alunos chegando e a porta fechada. Saí do carro, fui lá e comprimentei com um “salve moleques”. Um era o Mateus, conhecido por Coquinho (não chamo meus alunos por apelidos ok? mas é tradicional na capoeira termos pseudonimos) e o outro o Miguel, Miguelzinho porque é o menor aluno que eu tenho, tem 7 anos, mas tem tamanho de 5.

Logo o mestre chegou e para minha surpresa Larissa, Douglas, Thiago, Ederson, Luis Carlos e um aluno novo, o Michel que fez sua primeira aula. Algo eu tenho convicção, um aluno ou 30, a aula tem que ser dada. Detestava quando tava na escola e a professora não dava absolutamente nada (nada legal é claro) porque nem todo mundo tinha vindo porque choveu demais. Peraí, e a galera que veio não merece consideração?

Como eu tinha dispensado o Adeilson (com a chuva não podia pedir pro cara vir de lonjão vir dar a aula), teve que ter um plano B. Professores, dica, sempre estejam preparados para um plano B. Cedo ou tarde você vai precisar.

Quando temos poucos alunos é uma excelente oportunidade de aprimorar golpes que todos acham que conhecem, verificar erros menores e aplicar metodologias pensadas mas não praticadas. Acabei passando uma série de golpes de cordão verde normais de toda aula (somente 3 alunos hoje tinham uma graduação mínima, os outros todos são iniciantes) e alguns golpes de amarelo. Isso porque tenho vejo alguns cordões amarelos sem ter seus golpes básicos desenvolvidos ou até mesmo sem saber aplicar. Na semana passada eu havia prometido que iríamos começar, com todos os alunos, uma série de movimentos de amarelo. E promessa pra criança já viu né? Melhor não falar nada do que falar e não cumprir. Foi ótimo, mesmo deixando de lado a aula de movimentos giratórios, pude aplicar algo que queria faz tempo: a séria de movimentos de amarelo. Coordenamos o início de movimentos como parafuso, rabo de arraia, queda de rim e o coice. Todos gostaram e no final da aula puderam demostrar o que aprenderam. Sempre faço isso, pergunto, “o que de novo aprendemos hoje?”, “por favor, demonstre” e pergunto se gostaram.

Mesmo com um dia chuvoso, poucos alunos, atraso na abertura da academia, dispensa de um professor, modificação do treino, tivemos uma aula legal. Vamos ver o que nos aguarda semana que vem.

Vida Real

Filed under: Uncategorized — Fabiano Portela Schmidt @ 1:03 am

Meus amigos, é o seguinte dois e dois não é vinte… fala sério essa é péssima, mas… mais péssimo que isso é ficar 2, dois, two, dos mega anos sem escrever… que vergonha…

Galera muita coisa aconteceu neses dois imensos anos, mas isso é papo pra outro post… prometo que vou falar todas as aventuras em outra oportunidade. Como eu não me aguento, já anuncio novidades como uma parte dedicada a viagens – e o que isso tem a ver com capoeira? Tudo! Viajar é cultura, é conhecer gente, é descobrir odores e sabores. Isso é vida e capoeira é vida… então?? Outra novidade é a parte de fotos. Pô tá na hora de colocar fotos aqui, coisas mais reais.

E por falar em reais, um dos motivos que me trouxe de volta a blogosfera é a vida real. Sabe, quando comecei a escrever esse blog, ele era para a faculdade; o conteúdo era acadêmico, algumas vezes – nem todas – era forçado, meio que por obrigação. Eu sempre falei de algo que eu amo que é a capoeira, mas agora é hora de falar da capoeira na vida real. Pô, antes não era real? Era sim, mas era muito-o-o teórico, agora é a hora (já passou da hora) de colocar uma pitadinha de dia-a-dia nesse blog. Poxa, espero que haja gente pra eu falar, senão vira um blomólogo, sabe blog com monólogo? Ok, Ok vou parar com piadinhas sem graça, já vi que essa não é a minha. Como diria uma amiga minha, chaaaaaaaaaaaaaato.

A razão dessa volta a vida real são as minhas aulas e meus alunos. Pois é, depois de mó tempão de idas e vindas na capoeira, hoje eu dou aula… toda sagrada quinta-feira para um projeto que vocês vão ouvir falar muito nesse blog. Eu faço capoeira em uma academia de capoeira (fala sério, verdade??). Lá há os alunos que pagam e as crianças de uma comunidade (eufemismo para favela) que são convidadas a fazerem capoeira lá… mó legal… aí é que eu entro: dou aula para essas crianças.

O projeto do meu mestre Bahia sempre existiu, muito antes de eu fazer capoeira no Lendas do Abaeté (nome do meu grupo e um pouco de merchan). Teve uma época em que a pobreza gritava na minha vida e eu não podia pagar a academia (pobre é dose né?). Em comum acordo, durante um tempo eu fiquei sem pagar e comecei a dar aula para as crianças como forma de compensar o meu calote.

Poxa eu que fiz pedagogia, estudei feito um condenado, me mato pra melhorar minha performance tão prejudicada pelos quilos extras na capoeira e nunca tive a ousadia de associar a capoeira e a educação. Mas o blog não é exatamente sobre isso? Sim, sim e sim, mas… mas… mas… na teoria… faltava algo, faltava a Vida Real.

Agora é hora de falar do que aprendi, como tem sido minhas experiências com as aulas com as crianças e trazer de volta meus conceitos antigos, só que agora, na Vida Real.

agosto 29, 2007

Chega Mais!

Filed under: Uncategorized — Fabiano Portela Schmidt @ 7:24 pm
No mar, no mar, no mar
No mar eu fui pescar
No mar, no mar, no mar
Minha sereia
É sereia
Que cantiga bonita essa! É uma das várias versões de uma peça de teatro do nosso folclore. Sempre quando temos alguma apresentação importante, nosso mestre Bahia apresenta a Puxada de Rede. Eu gosto demais disso.
Eu fiquei algum tempo fora de escrever no meu blog. É como se eu também tivesse ido pescar lá longe no mar. Foi uma longa viagem de meses por marés altas, ondas bravas e mar arredio. Uma verdadeira tempestade. Mas quem é que não sabe que depois de uma tempestade sempre vem um céu limpo e claro.
De volta da viagem pelo mar, trouxe algums novidades para nosso blog. Algumas idéias se desanuviaram. Muita coisa boa vem por aí. Vamos falar mais da capoeira, da onde ela vem, o que ela é, pra que ela serve, quem tá jogando por aí. Vamos fazer muito axé.
Também vamos trocar experiências e conhecer amigos que tem encontrado na capoeira um meio para ajudar crianças e adultos pelo nosso Brasil e quem sabe pelo mundo. Vamos falar um pouco mais sobre inclusão.
Outras duas conversas que vão estar conosco agora é a comunicação e a avaliação. E por que falar disso? Vamos falar de comunicação porque afinal, o que estamos fazendo aqui senão nos comunicando? E avaliação porque eu acredito que essas é das formas mais doloridas de excluir as pessoas.
Como vimos muito assunto bom vai rolar por aqui. Espero que o tempo distante tenha valido a pena.
Salve e muito axé amigos!

março 29, 2007

SALVE SALVE

Filed under: Uncategorized — Fabiano Portela Schmidt @ 5:37 pm

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Salve Salve a Capoeira

Salve Deus Nosso Senhor

Salve, Salve Todos os Mestres

De Aluno a Professor…

Assim começa essa ladainha que acho que muitos sabem cantar. É uma saudação. Saudação aos alunos e professores.

Essa é a idéia desse blog, uma saudação a todos os amigos, mestres, alunos e professores.

Um espaço que vai além do movimento dos dedos em digitar. É um lugar onde o privilégio é da comunicação.

O título já fala muito do nosso principal assunto, a capoeira. Mas ela não reina sozinha aqui. Junto com a capoeira vamos falar sobre blogs, sobre comunicação, sobre inclusão e nossas experiências.

É por aqui que nossa conversa começa. Seja Bem Vindo! Salve.

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